A Polícia Civil prendeu, na última quinta-feira, um homem apontado como operador de bitcoins da maior facção criminosa do Rio. Contra Fabiano Martins Amaral, de 41 anos, foi cumprido um mandado pela tentativa de homicídio da ex-sogra, crime pelo qual a condenação já transitou em julgado.
A 75ª DP (Rio do Ouro) chegou ao nome Fabiano em meio a uma investigação sobre lavagem de dinheiro da quadrilha a partir das transações com criptomoedas. No decorrer do inquérito, que tramita sob sigilo, os policiais localizaram o mandado de prisão pendente e realizaram uma operação para capturar o foragido.
Fabiano foi detido em casa, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. Os agentes descobriram que, nos últimos meses, já ciente da condenação definitiva, ele praticamente não deixou a residência de luxo. O imóvel, que tem piscina de grande porte e design arrojado, é avaliado em R$ 1,5 milhão.
Mesmo de casa, Fabiano continuou coordenando as operações com criptomoedas que ficavam sob sua responsabilidade, em especial para traficantes que agem no Mutuapira, comunidade em São Gonçalo, também na Região Metropolitana. No local, foram encontrados documentos que comprovam a função dele dentro da quadrilha.
Ao ser preso, Fabiano afirmou que era advogado, informação que repassava com frequência. No site da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), contudo, o registro em nome dele, com endereço em Itaboraí, é apenas como estagiário. Além disso, consta na consulta a situação “cancelado”.
Após ser levado para a 75ª DP, Fabiano chegou a se soltar sozinho das algemas e conseguiu deixar a carceragem, mas acabou contido e recapturado ainda dentro da própria delegacia. A tentativa de fuga gerou duas autuações em flagrante, por dano ao patrimônio público e por evasão mediante violência contra pessoa. Posteriormente, o preso acabou encaminhado à Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap).