O número de pessoas em situação de rua no Brasil cresceu em 2022. De janeiro a maio, quase 27 mil pessoas foram morar nas ruas do país, contabilizando 184.638 mil ao todo. Somente no Rio de Janeiro, são 10.625 pessoas.
Os dados foram retirados do CadÚnico, o banco de dados do governo federal, e divulgados no levantamento feito pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Pensando em gerar oportunidades para a população de rua, o Projeto RUAS (Ronda Urbana de Amigos Solidários), localizado no Rio de Janeiro, fortalece a conexão entre a pessoa em situação de rua e a sociedade civil e oferece moradia para aqueles que buscam estabilidade.
Fundado em 2014, o RUAS conta com dois programas: as Rondas e o Habitação Primeiro. Por meio de encontros semanais, os voluntários das Rondas prestam assistência para essa população. Os encontros são realizados nos bairros Botafogo, Copacabana, Glória e Tijuca, e contam com dinâmicas de informação que envolvem saúde, arte, direitos humanos e tecnologia, além da realização de um jantar compartilhado.
Já o programa Habitação Primeiro oferece moradia segura e permanente. O Projeto RUAS arca com aluguel e, nos primeiros meses, com despesas de alimentação e transporte. O programa não tem prazo e o apoio financeiro é negociado após um período.
“O Habitação Primeiro é baseado na ideia de que a moradia é um direito fundamental básico que vai dar acesso aos outros direitos. Ela é um elemento estabilizador da vida. A partir da casa a gente consegue trabalhar outros aspectos da vida, como a busca de emprego, de saúde física e mental, e a reconciliação familiar”, explica Larissa Montel, gestora executiva do Projeto RUAS.