A mãe de Edmilson Figueiredo dos Santos Junior, de 23 anos, preso por participação no sequestro-relâmpago de uma médica e seu filho de quatro anos, na Barra da Tijuca, contou à polícia que tinha comprado a Honda Civic branca usada na ação para que o rapaz trabalhasse como motorista de aplicativo. O veículo tinha sido adquirido há cerca de três meses e desde então estava em poder do filho dela, confirme revelou a mulher.
Ela disse ainda que no dia do crime acreditava que o filho estivesse na casa da namorada. A mulher contou também que o filho não tinha anotações criminais e que estava estudando para concursos públicos. Edmilson foi preso nesta quarta-feira na sua casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde a polícia também encontrou o carro utilizado na ação.
Segundo as investigações, o rapaz dirigia o carro que levou outros três comparsas até o shopping, em cuja saída a vítima foi abordada. A médica e o filho foram foram levados no carro da família pelos criminosos armados para a Cidade de Deus, também na Zona Oeste, e foi orbigada a fazer transferência por PIX num total de R$ 3 mil.
A polícia ainda está à procura de Bryan Lucas Freitas de Araújo, de 20, e Pedro Lucas Rodrigues Pessanha, de 23, que também participaram da ação e tiveram os mandados de prisão obtidos. A Justiça, porém, indeferiu o pedido de prisão de um quarto envolvido.
Segundo a polícia, ao ser preso, inicialmente o acusado alegou que tinha emprestado o veículo a um amigo. Porém, imagens apresentadas pelo shopping, de cujo estacionamento as vítimas foram levadas, mostram que é Edmilson quem está na condução no carro, além de mostrar também o momento da retirada do tíquete de estacionamento. Ainda, segundo a polícia, em depoimento na presença de seu advogado, o preso acabou confessando participação no crime, junto aos três comparsas.
Chamada na delegacia, a vítima reconheceu fotograficamente os três acusados de serem comparsas do preso. Porém, não reconheceu Edmilson, porque o mesmo não saiu do veículo em que estava e que seguia na frente do carro da vítima, conduzido por um dos sequestradores.
Em seu depoimento na delegacia, a vítima contou que esteve no domingo no shopping e teve a atenção voltada para um veículo branco, da marca Honda, parado numa vaga próxima a que ela se encontrava. O carro estava parado de forma irregular, “torto”. No entanto nenhum ocupante desceu, o que a fez ficar desconfiada.
A mulher contou ainda que antes de sair parou do drive thru de uma lanchonete e, ao deixar o estacionamento, percebeu que o mesmo carro branco já estava aguardando do lado de fora.
Cerca de 30 metros depois foi fechada pelo veículo e dele saíram três homens. Um deles apontando um revólver ordenou que ela abrisse a porta e fosse para o banco traseiro. Outro comparsa ocupou o banco do carona e o terceiro entrou pela porta traseira direita, onde estavam a vítima e seu filho.
Em seguida, o veículo branco deu partida e o carro da mulher, com um dos acusados na direção seguiu devagar, a cerca de 20 quilômetros por hora. Amulher foi obrigada pelos bandidos a fazer transferências bancária via PIX, no total de R$ 3 mil, já nas proximidades da Cidade de Deus.
Segundo funcionário do estacionamento do shopping, o carro branco permaneceu no local,por apenas cerca de 15 minutos. Por essa razão, não houve poagamento do tíquete.