POLÍCIA

Casal desaparecido desde o feriadão de carnaval mobiliza polícia do RS

Familiares e investigadores da polícia buscam por informações do casal Rubem Heger, de 85 anos, e a esposa, Marlene Heger Stafft, de 53, desaparecidos há mais de uma semana, no bairro Carlos Wilkens, em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. Os dois não foram vistos desde o dia 27 de fevereiro. A polícia investiga o caso.

Sem contato com o casal através do celular, familiares estiveram na residência e encontraram a casa com janelas e portas abertas, além do veículo do idoso na garagem. Também foi deixado o cilindro de oxigênio que o homem utiliza em razão de um enfisema pulmonar. No entanto, o animal de estimação estava morto e foi localizado em um bueiro, o que também intrigou os parentes.

— A porta da garagem estava arrombada. A cadela deles estava morta dentro de um bueiro e a porta da casa aberta. Notamos que algumas comidas não eram de costume deles, porque eles nunca foram de comprar comida fora, e tinha comida comprada na geladeira. Tinha grande quantidade de chocolate, que também não é costume deles. Entramos quando vimos que a casa estava meio aberta, ainda mais por ser uma pessoa idosa — contou ao GLOBO a neta, Brenda Heger, de 24 anos.

Câmeras de segurança registraram o momento em que uma filha de Rubem esteve na casa no último dia 27, acompanhada do filho. Nas imagens, Marlene aparece indo até o portão para recebê-los. Em outro trecho, colchões são colocados em frente ao carro impedido a visualização da garagem. Por volta das 15h40min, o veículo deixou o local.

Segundo o delegado Anderson Spier, da 1ª DP de Cachoeirinha, a mulher contou que esteve na casa, almoçou com o pai e a madrasta e teria ido buscá-los para passar o restante do feriado de carnaval na residência dela, em Canoas.

Ela contou em depoimento, que no dia 2 deste mês, foi a uma consulta médica e que ao retornar para casa, os dois já não estavam mais, e até chegou a desconfiar que o pai teria pedido um transporte por aplicativo e ido para Cachoeirinha, onde mora com a mulher.

— Na terça-feira de carnaval ela estava indisposta e saiu para fazer uma consulta na Unidade de Pronto Atendimento, a UPA de Canoas, e quando retornou o pai e a companheira não estavam mais no local e que ela teria pensado que eles foram embora. Só que o estranho era que ele tinha limitações físicas em razão de um enfisema pulmonar. O seu Rubem precisava do uso de oxigênio. Então, fica difícil acreditar que ele pediu um uber ou saiu caminhando. — afirmou ao GLOBO o delegado, que fez um pedido para as plataformas sobre possíveis movimentações do casal naquele dia e aguarda retorno.

Mensagens estranhas no celular

Rubem, que é aposentado, mantem relacionamento há cerca de 25 anos com Marlene. No dia 28, familiares fizeram o último contato por telefone com ela. A neta do idoso conta que estranhou o modo como a companheira do avô respondeu as mensagens pelo celular.

— A gente mandava mensagem para Marlene, ela respondia, mas a gente começou a ver que as respostas estavam diferentes e que não era ela que estava respondendo pelo modo como ela falava. O jeito dela falar estava diferente. Na segunda, a gente falou que ia visitar e ela disse que ia “posar” fora. Foi aí que a gente suspeitou — disse Brenda, afirmando que logo depois o celular ficou desligado, preocupando ainda mais a família.

— Na segunda à noite a gente tentava ligar para o telefone deles e estava desligado. E eles nunca mantêm o telefone desligado e isso foi uma coisa que deixou a gente bem preocupada. Eles não tinham o hábito de sair, pelo meu avô ser dependente do oxigênio. Quando iam ao mercado, meu avô ficava dentro de carro — finalizou a neta de Rubem.

O delegado afirmou que todos os familiares já foram ouvidos e que aguarda algumas medidas e perícias que foram solicitadas para que possam definir uma linha de investigação mais concreta.