Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que, em 2021, foram registradas 4.521 ocorrências de roubo de carga no estado do Rio de Janeiro, uma média de 12 por dia. Considerando-se o valor médio das mercadorias roubadas, as perdas diretas com esse tipo de crime foram na ordem de R$ 389 milhões. Por conta dos números, a federação considera fundamental que a Região Metropolitana tenha um reforço no combate a esse tipo de crime, principalmente no entorno do Arco Metropolitano e nos entroncamentos com a BR-040 e com a BR-116.
Os dados foram incluídos na nota técnica “Panorama do roubo de carga no estado do Rio de Janeiro — 2022”, produzida anualmente pela Firjan. Apesar dos altos números, em uma comparação anual de todos os acontecimentos de roubo de carga no estado, o último ano apresentou redução de 9% em relação a 2020 (4.985 ocorrências). Este resultado é o mais baixo dos últimos oito anos e a quarta queda consecutiva.
Porém, apesar dessa queda, em 11 Circunscrições Integradas de Segurança Pública (CISPs) — áreas abrangidas por cada delegacia de polícia — cortadas pelo Arco Metropolitano houve aumento nas ocorrências. Só a CISP–60 Campos Elíseos, em Duque de Caxias, onde há o entroncamento do Arco com a BR-040, o aumento foi de 26% no indicador, com cinco ocorrências por semana em 2021. Além disso, o município de São Gonçalo (composto pelas CISPs 72 a 75) teve um aumento de 18% no número de ocorrências em relação a 2020.
O vice-presidente da Firjan, Carlos Erane de Aguiar, chama a atenção para a necessidade da concessão da rodovia e a conclusão do posto da Polícia Rodoviária Federal no local.
— Também é importante haver uma atuação integrada das forças de segurança, incluindo ações de combate aos outros elos da cadeia do roubo de carga como a receptação de mercadoria roubada e o comércio ilegal — alerta Erane, que também preside o Conselho Empresarial de Defesa e Segurança da federação.
Ocorrências nas principais rodovias do estado
Conforme o levantamento, 97% dos casos registrados foram na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Em 2021, metade das ocorrências aconteceu apenas em 10 das 137 CISPs do estado. Essas CISPs são cortadas pelas principais rodovias fluminenses: BR-040, Rodovia Washington Luís; BR-101, Avenida Brasil; BR-101, Rodovia Niterói-Manilha; BR-116, Rodovia Presidente Dutra; BR-493, Arco Metropolitano; e RJ-104, Rodovia Amaral Peixoto.
Por outro lado, também houve uma melhora nos índices em outras CISPs: destaque positivo para as CISP-59 Duque de Caxias, CISP-64 São João de Meriti e CISP-34 Bangu, com redução dos casos de 38,4%, 29,1% e 17,8% respectivamente
— A segurança pública tem papel fundamental para o desenvolvimento socioeconômico. Regiões consideradas mais violentas têm dificuldade em reter e atrair investimentos, gerar empregos e renda. O Rio sofreu uma escalada na criminalidade, principalmente entre 2013 e 2017. Nos anos seguintes, houve uma reação, com a reversão dessa tendência na maior parte dos indicadores de segurança — afirma o vice-presidente da federação.