A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira Bruno Amaral Guedes de Souza, acusado de transportar armas e munições para o tráfico. Segundo as investigações da 28ª DP (Campinho), uma das formas de transporte usadas para a entrega das armas era um táxi. Por semana, ele venderia dois fuzis e 100 caixas de munição para os criminosos.
Os agentes prenderam Bruno Amaral após irem à sua casa para cumprir um mandado de busca e apreensão. No local, ele foi preso em flagrante pela posse de munições de fuzil calibre 762. Ele já tinha passagens por dano e estelionato.
A Polícia Civil descobriu que as armas e as munições tinham origem de fornecedores baseados nos estados do Paraná, de São Paulo e do Mato Grosso. As investigações apontam que para o material chegar ao Rio, Bruno utilizava de rotas terrestres para o transporte e contava com batedores e pontos seguros de parada. A logística tinha o objetivo de evitar a ação policial nas rodovias e a viagem podia demorar até cinco dias para ser concluída.
— Conseguimos descobrir que ele trazia armas vindas do Paraguai para revendê-las no estado do Rio, abastecendo diversas facções criminosas. Ele tem um perfil exibicionista. Ele se vangloriava da qualidade do equipamento que comercializava, inclusive diminuindo os concorrentes. Ele tinha uma atividade paralela e a usava para a entrega destas armas — afirmou o delegado Victor Tutmann, titular da 28ª DP (Praça Seca) .
Com uma logística sofisticada, as facções também disputavam serem clientes exclusivos do acusado. A investigação é um desdobramento da Operação Cidade Integrada, já que a polícia descobriu que Bruno Amaral era um dos fornecedores de armas do tráfico de Manguinhos e Jacaré. Ele também atuava nas favelas de Acari, Vila Aliança e Parada de Lucas, apesar de estas serem dominadas por uma facção rival.
Em vídeos que gravava dentro do táxi que usava como disfarce, Bruno se gabava por conseguir despistar a polícia e até por levar um fuzil no banco do carona. Em um dos vídeos gravados na porta do Aeroporto Santos Dumont ele chegou a questionar: “Vai pegar como? Vai pegar nunca”.
“Vai chegar sim, mas já tem dono. Vão chegar 70 caixas de 62 (munição para fuzil) e 50 de 5,56 (munição para fuzil). Mas já tem tudo dono. Só se der ruim, se alguém desistir, e acontecer alguma coisa de errado”, disse Bruno em um áudio obtido pela polícia.