ZONA OESTE

Jovem é apreendida pela morte da filha bebê; padrasto também foi preso

Agentes da 33ª DP (Realengo) prenderam, na tarde da última sexta-feira, um homem de 20 anos. A companheira dele, de 17, também foi apreendida pela Polícia Civil. Os dois são suspeitos pela morte de uma bebê de 1 ano e 10 meses, filha da jovem e enteada do rapaz.

A criança deu entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste, no dia 7 de fevereiro, mas acabou não resistindo às graves lesões apresentadas. Segundo a polícia, o prontuário da unidade de saúde indicou que a menina sofreu morte encefálica, tendo como possível motivação o fenômeno conhecido como “shaken baby” (síndrome do bebê chacoalhado).

O diagnóstico foi corroborado pela necropsia feita no Instituto Médico-Legal (IML), que constatou um grande edema cerebral e infiltrações hemorrágicas difusas, entre outras lesões. A causa da morte foi identificada como sepse (infecção generalizada) decorrente de traumatismo cranioencefálico.

— Desconfiamos da participação do casal no crime inicialmente com a análise do prontuário médico, que trazia o indicativo de lesões na criança. Depois, o laudo de necropsia do IML também confirmou a morte violenta. Ainda assim, ela negou que tivesse matado a filha, enquanto ele admitiu que sacudiu a enteada, mas apenas com o intuito de socorrê-la. No decorrer das investigações, porém, pudemos concluir que as versões apresentadas pelos dois não são verdadeiras — afirmou o delegado Flávio Rodrigues, da 33ª DP.

Os investigadores colheram depoimentos de diversas testemunhas, como o pai da criança, a médica que prestou o primeiro atendimento no hospital e funcionários do abrigo onde a mãe da menina vinha morando com a filha. Ainda de acordo com a polícia, ficou comprovado que a vítima sofria de maus-tratos constantes, chegando a sofrer uma fratura exposta no braço direito em virtude das agressões.

O inquérito foi concluído com o casal sendo apontado como responsável pela morte violenta da criança. A prisão do padrasto foi decretada pela 2ª Vara Criminal da capital, enquanto a apreensão da menor teve a chancela da Vara de Infância e Juventude. Nenhum dos dois resistiu à ação policial.

Desde a morte da menina, parentes da família paterna da vítima vinham usando as redes sociais para divulgar o caso. Cerca de 560 internautas acompanham, no Facebook, as postagens de uma página que pede justiça pela criança. Na manhã desta segunda-feira, ainda antes de os novos desdobramentos da investigação serem tornados públicos, o perfil fez um desabafo dirigido à mãe da criança: “Por que você não entregou para o pai dela, que tanto queria e iria cuidar com muito amor? Por que tanta maldade? Por quê? Por quê?”

Horas mais tarde, os parentes paternos voltaram à página para comemorar a prisão do padrasto e a apreensão da menor. “É com imensa GRATIDÃO que estou escrevendo essa mensagem”, informou o perfil, antes de comunicar os seguidores sobre o desfecho do caso.