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No RJ, mais de 8 mil crianças não receberam o nome do pai em 2022

Na semana da comemoração do Dia dos Pais, chama a atenção o número de crianças registradas sem o nome paterno no Rio de Janeiro. Números dos Cartórios de Registro Civil do estado mostram que nos sete primeiros meses deste ano, 8.183 crianças foram registradas sem o nome do pai.

Os dados ganham ainda mais relevância quando se observa que 2022 registrou o menor número de nascimentos para o período desde 2016, totalizando 112.648 recém-nascidos, ou seja, 7,2% do total de recém-nascidos no país tem apenas o nome da mãe em sua certidão de nascimento.

A porcentagem é maior que os 6,8% registrados em 2021, quando 7.865 crianças das 115.324 nascidas não receberam o nome do pai. Antes, em 2020 foram 122.874 nascimentos e 7.533 pais ausentes. O ano de 2019 teve 8.114 crianças apenas com registro do nome materno ante 130.504 nascimentos, seguido por 6.312 frente 138.237 nascimentos em 2018.

Os números estão registrados no Portal da Transparência do Registro Civil, na página denominada Pais Ausentes, lançada em março, e que integra a plataforma nacional, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), que reúne as informações referentes aos nascimentos, casamentos e óbitos registrados nos 7.654 Cartórios de Registro Civil do Brasil, presentes em todos os municípios e distritos do país.
“Os dados mostram que há ainda muita evolução pela frente quando nos referimos à responsabilidade paterna. Pais e Mães são os principais responsáveis pela criação dos filhos. A realidade das famílias obviamente é distinta, porém são dados como estes apresentados que podem ajudar a entender a importância do cuidado e auxílio que as crianças precisam ter durante esse período de crescimento”, destaca Alessandra Lapoente, presidente da Arpen/RJ.

O procedimento de reconhecimento de paternidade pode ser feito diretamente em qualquer Cartório de Registro Civil do país desde 2012, quando foi regulamentado pelo Provimento nº 16 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Assim, não é mais necessária decisão judicial nos casos em que todas as partes concordam com a resolução.