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Novos ônibus do BRT: serviço melhora, mas ainda há reclamações

Um mês depois do início da operação dos novos ônibus articulados do BRT (completados no último dia 15), já é possível notar diferenças na qualidade dos serviços em comparação aos ônibus antigos, embora ainda existam problemas.

De um lado, os veículos têm circulado com as portas fechadas (há um sistema que bloqueia o motor, se a porta estiver aberta) e o ar-condicionado dá conta do recado mesmo nos coletivos mais lotados. Por outro lado, os recursos implantados para informar os passageiros sobre paradas e outros serviços de utilidade pública, como alto-falantes e painéis informativos, têm falhas.

Ao todo, foram feitas 18 viagens (parciais) em 17 dos novos coletivos. Isso correspondeu a 22% dos 76 ônibus que operavam naquele dia. Em apenas três o sistema de informação funcionou adequadamente.
Os calotes diminuíram com a mudança no projeto das estações, que reduziu o vão entre a porta e a plataforma, mas ainda acontecem, principalmente no BRT Transolímpico. Apesar de a Secretaria de Ordem Pública (Seop) afirmar que agentes do BRT Presente trabalham diariamente para identificar irregularidades, só havia equipes em estações e ônibus do Lote Zero.

A situação é bem diferente nos corredores do BRT Transoeste e do Transcarioca, que ainda operam com os coletivos velhos, que rodam com ar-condicionado quebrado, apresentam defeitos constantes e circulam com portas abertas porque os passageiros forçam os mecanismos de travas. Esses modelos antigos ganharam até um apelido pejorativo dos motoristas: seriam ‘’senzalas’’.
O sistema reformulado também ainda enfrenta problemas com o vandalismo. Em 33 dias (até esta quarta-feira), a estatal Mobi-Rio já registrou 57 ocorrências, entre as quais 12 furtos de martelinhos instalados nos coletivos para serem usados para quebrar janelas em casos de emergência; 30 pichações e outros atos, como danos às saídas USB e bancos. Ou seja, quase dois casos por dia.

Outra constatação é que os ônibus do Transolímpico circulam cheios, mas não superlotados, independentemente do horário. Boa parte dos usuários que embarca e desembarca do BRT tem como destino o terminal de integração de Sulacap, onde o sistema se interliga com os trens do subúrbio e as linhas convencionais. Mas ainda há reclamações.

Mais ônibus do novo modelo devem entrar em operação no BRT Transcarioca (Alvorada—Aeroporto Tom Jobim), provavelmente no mês de março.