POLÍCIA

Pastor acusa guarda-municipal de injúria racial no Rio: ‘me chamou de preto safado’

O pastor Daniel Pereira acusa o guarda-municipal que o agrediu no Centro do Rio na quarta-feira de injúria racial. Antes de prestar seu depoimento sobre o caso na 4ª DP (Praça da República), Pereira afirmou que o agente o chamou de “preto safado” durante a discussão. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra que o guarda socou Daniel ainda dentro do carro que estava na rua da Assembleia, no Centro do Rio. As imagens ainda mostram que após o fato o agente correu do local.

— Não desejo isso nem para o meu pior inimigo. Ele me chamou de “preto safado”. Sei bem o que sou uma pessoa forte para lidar com esses preconceitos — disse o motorista.

Segundo Daniel, a discussão entre os dois começou porque o guarda-municipal destratou sua filha de 14 anos. O pastor estacionara o carro em lugar irregular na rua da Assembleia para buscar um documento em um cartório. Ele então recebeu uma ligação de sua filha, que tem transtorno de ansiedade, nervosa dizendo que havia um guarda municipal dizendo que multaria o carro e rebocaria o veículo. Daniel ainda Pereira ainda diz que o agente tratou a adolescente de maneira “intimitadoria”.

— Sei que estava estacionado em lugar errado. Ela me ligou desesperada. Acalmei ela e voltei. O papel que desempenhei foi de um pai protetor. Fui até ele questiona-lo de porque ele a tratou assim, com uma pressão moral. Multa a gente paga, recorre. Minha filha está traumatizada, desde ontem sem dormir— afirma.

O motorista ainda diz que antes de ser vitima de socos, o guarda-municipal atirou uma pedra contra o carro, que quebrou o vidro. Daniel Pereira levou o carro para a delegacia e o deixou à disposição da Polícia Civil para uma perícia ser realizada no veículo. No banco de motorista há estilhaços de vidro.

Mais cedo, o guarda-municipal prestou depoimento no inquérito que investiga o caso. Segundo a Guarda-Municipal, o agente relatou que o motorista o agrediu e entrou no carro. Ao dar voz de prisão ao pastor, ele teria resistido. Com isso o agente relatou que tentou retirar o homem do veículo e e desferiu golpes contra Pereira. O agente ainda teria fugido do local com medo de ser agredido. Ele foi afastado das ruas e o caso é acompanhado pela corregedoria.

Daniel, no entanto, nega ter agredido o agente. Ele informou que deverá entrar com uma ação contra a Prefeitura sobre o caso:

— Todo esse imbróglio foi por causa de uma criança que foi intimidada covardemente. Foi a palavra que usei contra ele. Falei que ele é um agente covarde. Não houve desacato ou lesão corporal (de minha parte).