ZONA OESTE

Perícia recolhe quase 500 cartuchos de fuzil e pistola em morte de jovem

Policiais do Grupo Especial de Local de Crime (GELC) da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) recolheram 473 estojos de fuzil e pistola no local onde o miliciano Vladimir Melgaço Montenegro, o Bibi, e a promoter de férias Marianna Jaime Costa foram mortos, na saída de um baile funk, em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade. Após a emboscada, na manhã de 19 de fevereiro, também foram encontrados 79 munições, cinco carregadores e três granadas. O episódio faz parte da guerra entre paramilitares pelo controle da maior milícia do Rio, rachada desde a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho do ano passado.

De acordo com a DHC, próximo ao carro onde estavam as vítimas, foram apreendidos 300 estojos de fuzil calibre 7.62, cinco de .40, nove de nove milímetros, além de 159 de 5.56. As investigações mostram que mais de 20 criminosos em cinco carros foram responsáveis pelos disparos.

O ataque teria sido realizado por comparsas de Danilo Dias Lima, o Tandera, que disputa o controle da quadrilha com Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Ecko. Bibi, o alvo da emboscada, saiu da cadeia no ano passado, após quatro anos preso, e se aliou a Zinho. Bibi e Tandera eram amigos de infância, mas viraram desafetos após o racha interno do grupo. Bibi estava foragido, com um mandado de prisão dois mandados de prisão em aberto por homicídio.

No local do crime, cinco carros ficaram com marcas de tiro. Só o veículo ocupado por Bibi e Marianna foi atingido por mais de 50 disparos. Tiros também atingiram a fachada de um supermercado em frente ao local do ataque. Além do miliciano e da jovem, que trabalhava como promoter de festas, outras três pessoas foram baleadas e deram entrada no Hospital Estadual Pedro II. Vitor Hugo Menfonça Gomes não resistiu aos ferimentos.

Segundo a Polícia Civil, a guerra na milícia começou logo após a morte do chefão. De um lado, Zinho passou a controlar a milícia na Zona Oeste. Do outro, Tandera, como foi o principal responsável pela expansão do grupo em direção à Baixada Fluminense, assumiu a chefia da quadrilha na região. Desde junho, passado ambos os grupos promovem ataques para tentar invadir áreas dos rivais e aumentar seus territórios.

Os confrontos entre Zinho e Tandera atingiram seu ápice em setembro, quando várias vans foram queimadas em Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste. Os ataques aos veículos foram ordenados por Tandera, após a morte de dois de seus comparsas em Nova Iguaçu. O revide também deixou vítimas fatais. Houve ao menos seis assassinatos em um intervalo de seis dias na Zona Oeste, todos com suspeita de ligação com a disputa. Em novembro, um incêndio em posto de gasolina em Santa Cruz também pode ter tido relação com a rivalidade.