Ação da Polícia Federal, chamada Operação Vinha, realizada nesta quinta-feira, dia 24, desarticulou um esquema de contrabando de bebidas alcoólicas que já movimentou R$ 2 milhões só nos últimos meses. Além de emitir dois mandados de prisão temporária, em Penápolis (SP) e Caldas Novas (GO), a Justiça Federal de Jales (SP) também forneceu 12 mandados de busca e apreensão.
A organização criminosa atuava na fronteira entre Brasil e Paraguai e passava por rodovias do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, informou a PF, que deflagrou a operação nas cidades de Matelândia (PR), Santa Tereza Do Oeste (PR), Itaguajé (PR), Rio Quente (GO), Caldas Novas (GO), Goiânia (GO) e Penápolis (SP).
As investigações iniciaram em junho de 2021, após a prisão de quatro pessoas em uma rodovia na região de Jales (SP). Na ocasião, os presos transportavam grande quantidade de bebidas alcóolicas provenientes do Paraguai, com destino a Goiás, sem documentação de importação legal das mercadorias.
As investigações indicam ainda que pelo menos dez pessoas faziam parte do esquema de importação ilegal de mercadorias, especialmente bebidas.
Um dos presos, naquela ocasião do flagrante, era servidor público estadual e, segundo as investigações, repassava informações privilegiadas aos suspeitos sobre a movimentação nos postos policiais, equipes de serviço e eventuais fiscalizações nas rodovias estaduais de São Paulo. Ele também participava de alguns transportes, portando arma de fogo e funcional da corporação. A Justiça Federal determinou o imediato afastamento do policial de suas funções, a partir desta quinta-feira, bem como a entrega de seu armamento e fardamentos à corporação.
A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores do líder do grupo, morador de Caldas Novas (GO), além de determinar medidas judiciais aos investigados, entre elas: suspensão do direito de dirigir, suspensão do exercício da função pública (no caso do policial), proibição de transitar na região de fronteira em uma faixa de 150 quilômetros em todo o território nacional. De acordo com a PF, o líder possui empresas no ramo de bebidas de alto valor comercial, que são revendidas a clientes com alto poder aquisitivo, mediante encomendas.
Os investigados foram indiciados nos crimes de descaminho e organização criminosa. Caso sejam condenados, estarão sujeitos à pena máxima de até doze anos de reclusão. Todo o material apreendido será encaminhado à PF em Jales (SP), responsável pela condução dos trabalhos investigativos.
Os presos permanecerão custodiados em cadeias da região onde foram detidos e permanecerão à disposição da Justiça Federal de Jales (SP).