A rotina de violência na última semana em duas regiões do Rio provocou o fechamento de clinicas da família, escolas e creches em Vila Isabel, Zona Norte, e aos arredores de Senador Camará e Vila Aliança, na Zona Oeste. Somente nas unidades escolares os tiroteios deixaram nos últimos dias mais de 13 mil alunos sem aulas.
As razões para os conflitos em cada região são distintas. No Morro dos Macacos, em Vila Isabel, facções rivais disputam o controle do tráfico de drogas na favela. Na última quinta-feira, o o catador Eduardo da Cruz Guimarães, o MC Dallas, de 28 anos, foi baleado e morreu à espera de socorro. Devido ao tiroteio, não foi possível levá-lo para o hospital com rapidez. Segundo a Polícia Militar, a corporação atua na comunidade com diversos batalhões para localizar e prender criminosos.
Por causa do conflito em Vila Isabel, as escolas da rede municipal estão sem aulas desde quinta-feira. Segundo a secretaria municipal de Educação, nove unidades da região tiveram o funcionamento suspenso por causa da violência, deixando 2.165 alunos fora das salas de aula. Os tiroteios também causaram o fechamento da Clínica da Família Recanto do Trovador na quinta e sexta-feira.
“A Secretaria Municipal de Educação em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha instituiu o Programa Acesso Mais Seguro em unidades localizadas em áreas de conflito. O programa tem como objetivo mitigar riscos por meio de protocolos que são aplicados por professores, alunos e toda a comunidade escolar em situações de risco. Sempre que há uma situação de risco o protocolo é acionado”, afirma a prefeitura.
Na Zona Oeste do Rio, a Polícia Militar realizou na última semana uma operação no Complexo de Senador Camará para apoiar as obras que eram realizadas na estação ferroviária da região. Durante a semana, a corporação prendeu dois homens, apreendeu um fuzil e drogas.
Os conflitos na região deixaram as escolas da prefeitura sem aulas em 10 unidades durante toda a semana, afetando 9.082 alunos. Por causa dos tiroteios, duas clínicas da família também não tiveram atendimento
“As unidades adotaram o protocolo de acesso mais seguro e interromperam o funcionamento no período de 09 a 13 de maio, a fim de avaliar os sinais de riscos e definir a forma mais segura de reabertura das unidades para os profissionais e usuários”, diz a secretaria municipal de Saúde.
Sem detalhar quando as unidades foram fechadas, a secretaria estadual de Educação informou que o conflito nas comunidades da Zona Oeste causou a interrupção de alguns períodos em dois colégios que atendem 1,9 mil alunos.
“A direção das escolas têm autonomia para tomar as providências necessárias de modo a preservar a integridade física de alunos e funcionários. Os conteúdos pedagógicos serão repostos de acordo com o planejamento de cada unidade escolar”, diz o governo do estado.